Alta da taxa Selic: Como ficam os financiamentos imobiliários?
- Susane Villano
- 18 de mar. de 2022
- 2 min de leitura

A taxa Selic é a referência dos juros no Brasil. É ela que serve de base para investimentos de renda fixa e, claro, operações de crédito como o financiamento de imóveis. Nos últimos seis anos, o movimento foi de queda da taxa básica de juros e, como consequência, ficou mais barato financiar a casa própria.
No entanto, que a subida ou não do custo do seu financiamento vai depender de um monte de fatores, incluindo o andamento da pandemia, a velocidade da vacinação e até o avanço de reformas no Congresso. Mas o fato é que, agora, no curtíssimo prazo, em 2021, as taxas não deverão dar um salto muito grande.
Do ponto de visto histórico, estamos num momento favorável ao financiamento. Daqui a alguns meses, mesmo que suba um pouco a taxa, vai continuar favorável. Mas, claro, a decisão depende também o momento da pessoa, da capacidade de renda e do futuro dela e do país.
Com a alta da Selic e a manutenção das taxas atuais de crédito, ao menos no curto prazo, cai a diferença entre o custo do banco para captar dinheiro e o que ele lucra ao emprestar para você. Essa diferença é o que o mercado chama de spread, que é a forma que o banco ganha dinheiro com essas operações.
Apesar da queda spread, os bancos estão longe de ficar no prejuízo com a Selic a 2,75% ao ano. A maior parte da captação do crédito imobiliário vem da poupança. Ao utilizar recursos de poupança, os bancos pagam 70% da Selic ao ano (cerca de 1,93% ao ano) para dispor do dinheiro e emprestá-lo a taxas de em média 6,96% ao ano. Tem lucro aí.
Taxa mínima praticada pelos bancos em linhas atreladas à TR
Bancos Taxas (ao ano)
Bando do Brasil 7,95%
Brasdesco 6,70%
Caixa 6,25%
Itaú 6,90%
Santander 6,99%
Média 6,96%
Fonte: Melhortaxa
Por isso, matematicamente falando, os bancos conseguem segurar as taxas no patamar atual sem sair com perdas do processo, mesmo que a Selic sofra alguns aumentos ainda este ano.
Além disso, o cliente que toma crédito imobiliário costuma usar outros serviços do mesmo banco ao longo das décadas de vigência do contrato, e os bancos valorizam isso.
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